Você há de concordar: nenhum de nós admite perder, ficar para trás, abrir mão de algo que lhe parece precioso e agradável e, por isso, quando somos tolhidos em nossos objetivos, buscamos alguém para culpar.

Por outro lado, quando somos feridos por pessoas a quem conhecemos, e até amamos, a REVOLTA no nosso coração é algo quase impossível de ser apagado. Ela passa a integrar a nossa vida, e encontramos no ódio nossa companhia diária.

Tal posição é o cerne da vingança, e ela é acalentada por muito tempo, pois o ferido parece encontrar como único consolo e alívio as "lambidas que dá no seu ego machucado com a língua do ressentimento."

Tão intensa é essa realidade, que nos tempos antigos de Israel existiam cidades de refúgio, nas quais alguém que tivesse levado outro à morte, sem intenção, poderia se esconder do vingador (Nm 35:11).

Esta era a regra do "olho por olho", mas Jesus nos trouxe uma nova:

"Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu porém vos digo: Não resistais ao homem mau. Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra." (Mt 5:38-39)

Pode parecer que tal instrução represente abrir mão dos nossos direitos, sair perdendo, deixar que os outros tirem vantagem. Mas não.

O que nos está sendo ensinado é deixar a retribuição para Deus, vencer o mal com o bem (Rm 12:21), algo mais forte que a vingança, o poder do amor que coloca de joelhos os que nos querem prejudicar.

"Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer, se tiver sede, dá-lhe água para beber. Assim fazendo amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça, e o Senhor te recompensará." (Pv 25:21).

Pastor Elcio Lourenço. Pastor desde 1968. Autor de livros. Matemático e Engenheiro Civil. Mestre pela Universidade de Birmingham/Inglaterra.