EU QUERIA OUTRA OPORTUNIDADE


          Certas invenções foram marcadas pelo número de vezes nas quais o cientista tentou e falhou, e experimentou de novo e mais uma vez fracassou, como foi o caso da lâmpada elétrica, que exigiu milhares de tentativas da parte de Thomas Alva Edson para ser realidade.

A mais importante de todas as coisas - a nossa vida - parece, no entanto, destinada a uma única tentativa, que pode resultar em acerto e vitória, ou em erro e derrota, afinal, nascemos uma vez, vivemos vida ímpar, diferente de todos os outros habitantes da Terra, e ninguém escapa da morte, algum dia, algo reafirmado mesmo nas Escrituras:

E, como aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo, (Hebreus 9:27).

Essa colocação transcende a questão da carreira, da fortuna, da família, da saúde, da alegria terrena, e avança para uma eternidade, na qual, mesmo os ditos incrédulos na vida eterna, depositam alguma esperança.

Seríamos, então, vítimas de uma armadilha cruel. Vivo, tenho que experimentar as realidades, que chegam ao meu conhecimento com o decorrer dos anos, mas, quando erro, fico sem direito a uma “segunda época”.

Felizmente a coisa não é assim tão radical. O que não significa dizer que possamos nos sustentar em uma possível reencarnação, ou que lá na eternidade iremos passar por um pente fino, tipo purgatório e, no fim, tudo dará certo.

Mesmo supondo tais teses, não seríamos felizes com uma mera expectativa futura. Então, como fica o nosso hoje?

A “dica” mais interessante da Bíblia Sagrada parece vir do rei Davi, uma camarada que era muito mais guerreiro que filósofo, e que precisava estar preparado tanto para a vitória como para a derrota, sendo que na eventualidade da última, tinha de recomeçar na busca de nova conquista.

Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos coração sábio. (Sal 90:12).

            Mas, e daí, perguntaria o leitor, qual a relação que existe entre essas palavras e a obtenção de uma nova oportunidade? Simples: o modo no qual dividimos o nossos viver.

            Se a vida de alguém que viveu 70 anos é única, os 840 meses de sua existência se reproduziram muitas vezes, bem como as mais de 50.000 semanas e os 350.000 dias, e as incontáveis horas, minutos e segundos.

            A grande resposta é considerar a derrota e a tristeza como algo que vem e passa e, a cada minuto, estar pronto a recomeçar, posição aprovada por Deus, que inclusive, nos apóia nesta empreitada:

            Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas (o minuto de fracasso que já passou).

            Vede, eu faço uma coisa nova (uma oportunidade zerada para você), que está saindo à luz; não a percebeis? Porei um caminho no deserto, e rios no ermo. (Isa 43:18-19).

            Nunca se prenda ao desastre que aconteceu na noite que passou, pense no sol de oportunidades que virá com o novo dia:

            O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. (Sal 30:5)