À sombra da SOLIDÃO
Deus criou o homem para viver em parceria, em primeiro lugar com Ele e depois com seus iguais. Exatamente, embora isso possa parecer um tanto subjetivo, a essência da lei eterna fala de amor, e amor é convívio: Respondeu-lhe o homem: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. (Lc 10:27). Uma avaliação mais detalhada nos leva para interessantes informações: A- O homem, criado a imagem e semelhança de Deus (Gn 2:26), e, portanto, com Ele identificado, foi colocado em um local especial, o Éden, e era visitado pelo Senhor regularmente. Então ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia, esconderam-se o homem e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e lhe perguntou: Onde estás? (Gn 3:8-9). B- A presença divina poderia ser considerada suficiente, mas o Projeto Eterno precisava de mais, por isso foi criada Eva, uma vez que não era bom que o homem estivesse só (Gn 2:18). Em recente meditação avaliamos o fundamento do louvor, entendendo que ele está ligado à convivência e ao contato com Deus, de forma que é o próprio Senhor do Universo que busca verdadeiros adoradores: ... Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos por que a salvação vem dos judeus. Mas à hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade... (Jo 4:1-30). Salomão pondera sobre as vantagens que existem em relação a andar acompanhado, tendo um ajudador: Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará? E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa(Ecl 4:9-12). Jesus nos indica existir uma lógica e uma dinâmica positiva quando pessoas se unem em um mesmo objetivo: Pois onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles. (Mt 6:18: 20). Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus. (Mt 18:19). Chamou a si os doze, e passou a enviá-los de dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos imundos. Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, exceto apenas um bordão. Não deviam levar alforje nem pão nem dinheiro... (Mc 6:7-13). Diante de tal realidade podemos entender porque tantas pessoas se queixam da solidão e se esforças para serem “aceitas” e “integradas”, mesmo que em grupos que não são muito recomendáveis. Esta tendência é tão marcante que a Palavra nos determina uma regra de procedimento que tem tudo a ver com as aglomerações, com o conjunto de pessoas, que sozinhas agem de uma forma, mas, em grupo, transgridem leis e regras: Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda deporás, acompanhando a maioria, para torcer o direito. (Ex 23:2). É uma verdade, e por isso devemos registrar que muitas coisas especiais tiveram lugar quando pessoas estavam sozinhas:
Isto nos indica que a solidão está longe de ser o resultado do lugar e da condição em que estamos, pois podemos estar bem sem alguém ao lado e muito mal entre milhares de pessoas. Mais do que isso, identifica alguém que quebra qualquer solidão: DEUS. Momentos houve em que pessoas especiais como Davi e Jesus, desejaram estar sozinhos, longe das pessoas que os cercavam (Mt 26:36). Mas o mesmo Jesus “reclamou” do fato de seus discípulos não estarem dispostos a “vigiar com ele” (Mt 26:40), e mais do que isso, de ter sido “afastado do Pai”, quando tomou sobre si os nossos pecados (Lc 15:34; Mt 27:46; Sal 22:1). Efetivamente, toda sensação de solidão, abandono, perda que invade os nossos corações somente pode ter uma origem, o afastamento de Deus, que teve início com o pecado e continua a ser gerado por ele: Certamente a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar, nem surdo o seu ouvido, para que não possa ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça. (Isa 59:1-2). O sofrimento de Jesus, ao ser afastado do Pai, pois havia pecado em sua existência, até que o sacrifício de sangue fosse aceito, é o mesmo que sentem pessoas sem salvação, que nos criticam, mas buscam se aproximar de nós, pois temos algo que eles não têm: luz (Mt 5:13). O castigo eterno, preparado para o diabo e para os que não têm Jesus, traduzido por muitos como chamas, caldeirões fervendo, sofrimentos físicos, está configurado realmente pela separação eterna de Deus, algo indescritível, pois é o posto do Reino Eterno que se traduz em “alegria no Espírito Santo” (Rm 14:17): E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna. (Mt 25:31-46). (Ap 20:11-18; Ap 21: 3). Fica clara a imensa distância que existe entre redimidos e não redimidos, ou pessoas que tiveram o reino de Deus em primeiro lugar e por isso foram benevolentes para com o próximo, e os que, amando o mundo (I Jo 2:15), procuraram obter somente para si próprios, pois “comamos e bebamos e amanhã morreremos” (I Cor 15:32), e rejeitaram o próximo: Note que ter a vida eterna significa reconhecer Deus e seu filho Jesus, em todos os seus caminhos (Jo 17:3), e achegar-se a Ele, de modo que Ele se achegue a nós: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós”...(Tg 4:8) Homem: Um passo Deus: anos luz Não se trata de algo difícil de ser entendido, pois é uma opção direta: PECADO = MORTE = SEPARAÇÃO DE DEUS (Rm 6:23). PERDÃO = VIDA = UNIÃO COM DEUS (I Jo 5:12). A solidão, causada pela não existência de um ajudador, é mencionada pelo próprio Deus: Olhei, e não havia quem me ajudasse, espantei-me de não haver quem me sustivesse; pelo que o meu braço me trouxe a salvação, e o meu furor me susteve. (Isaias 63:5). Elias se diz sozinho em sua missão, e considera que falhou, mas Deus o informa que era assim, mas que havia sete mil que partilhavam com ele do temor para com Deus (I Rs 19:8-(14-18)-21). Davi apresenta a sua queixa diante de Deus, pois em sua aflição se considera sozinho: Os meus olhos estão postos continuamente no Senhor, pois ele tirará os meus pés da rede. Olha para mim, e tem piedade de mim, pois estou solitário e aflito. (Sal 25:15-16). Mas é o próprio Davi que nos mostra a resposta para a solidão, pois não existe companheiro melhor e mais fiel do que Deus: Deus faz que o solitário viva em família, e liberta aqueles que estão presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em terra seca. (Sal 68:6). O texto do Salmo 23 é, ainda mais expressivo em relação à importância da companhia de Deus em nossa vida: O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo;(A presença de Deus elimina a importância do lugar e das condições do momento) a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do SENHOR por longos dias. (A esperança de permanecer com Deus na eternidade). Jesus nos ilustra essa condição de estar “sozinho”, mas “muito bem acompanhado”, quando partilhamos a presença de Deus, exatamente em relação ao momento mais difícil de seu ministério terreno: “Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só, mas não estou só, porque o Pai está comigo”.(Jo 16:32). As promessas de Deus em relação a sua companhia, principalmente nos momentos difíceis, são muitas e especiais, tais como: Quando passares pelas águas, estarei contigo, e quando passares pelos rios, eles não te submergirão. Quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. (Isa 43:2). Pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de modo que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti.(Isa 49:15). Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia, livrá-lo-ei e o glorificarei. (Sal 91:15). Ninguém te poderá resistir, todos os dias da tua vida. Como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei. (Js 1:5). Nesta dispensação da graça mais do que em qualquer etapa do Plano de Deus estamos sendo acompanhados de perto e em todo tempo por aquele que é o Mentor, Mestre e Consolador, o Espírito Santo: Se me amais, guardareis os meus mandamentos. Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que esteja convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece. Mas vós o conheceis, pois habita convosco, e estará em vós... ...Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. (Jo 14:15-26). www.pastorelcio.com Pastor Elcio
Enviado por Pastor Elcio em 19/02/2009
Alterado em 19/02/2009 |