Uma segunda chance
Errar é humano, perdoar é divino, afirma o ditado popular
Isso, todavia, representaria simplificar algo muito mais valioso O poder de oferecer uma segunda chance, outra oportunidade Seja para aquele que errou contra nós, seja para nós mesmos Traição, descaso, dano, prejuízos físicos, morais, psicológicos Marcas que calam fundo em nossa pele, nosso coração e alma Tão difíceis de apagar, curar, esquecer, que duram sempre Seus efeitos parecem alimentar a idéia de que nada perdemos Na verdade, as perdas terrenas são de improvável reparo Quem poderia sanar completamente uma ofensa moral? Qual o sabão milagroso que iria lavar uma reputação manchada? Que tipo de bálsamo teria o condão de curar uma ferida no espírito? O paradoxo que isso nos trás, contudo, é que para tal só há uma saída Ela não está na distância de um país estrangeiro, não visitado Na magia do alquimista que prepara uma porção miraculosa Na mudança da postura do mundo todo a nosso respeito A verdadeira panacéia para aquilo que nos tira o sono e nos fere Está muito perto, dentro de nós, em nosso coração e nossa boca O perdão, reconciliar-se com o quem nos feriu, pisou e humilhou Algo que parece só beneficiar os outros, mas é lenitivo para nós Caminho não natural ao homem, precisa ser aprendido, devagar E nada melhor para entendê-lo do que a Bíblia Sagrada examinar Jesus dá um quantum, setenta vezes sete ao dia perdoar (Mt 18:22) Amar inimigos, bendizer os que nos perseguem, não revidar (Mt 5:44) E Ele não ficou somente nas palavras, não indicou sem agir Na cruz, lavado em sangue, com espinhos coroado, a beber fel (Mt 27:34) Já perto de expirar, pediu ao Pai para seus algozes perdoar (Lc 23:34) Sim, para aqueles que o torturavam, pois veio para os salvar O Filho pródigo, figura do homem diante de Deus, contra o pai se rebelou Tomando toda sua herança, na devassidão e no erro mergulhou Mas em lugar de prazeres, alegria e paz, somente encontrou sofrer De degrau em degrau, a escada desceu até aos porcos ir tratar Em seu coração pensava, e com justiça assim ponderou Que na casa de seu pai não acharia mais lugar, pelo tanto que pecou Mas ao retornar, desejando ser um simples empregado e ter de comer Encontrou o pai, que, com um abraço amigo, tudo perdoou (Lc 15: 1-32) Hoje é um bom dia para que pensemos, de novo, a razão de nossa vida Que deixemos de lado o rancor que, como espinho, fere nossa alma Certamente queremos, das mãos de Deus, ter o perdão de nossas falhas Cabe, pois, cumprir o que diz o Pai Nosso: “perdoar para ser perdoado” (Mt 6:122)
Pastor Elcio
Enviado por Pastor Elcio em 16/02/2007
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